domingo, 25 de outubro de 2015

Estímulos a mais e atenção a menos

Estamos numa sociedade cada vez mais acelerada, com mais estímulos, mudanças constantes e levando a mudanças na dinâmica familiar e na forma como comunicamos e educamos os nossos filhos.
Desde bem pequeninas que as crianças são expostas ao ritmo acelerado do que as rodeia e a uma sobre-estimulação. Actualmente decoramos os espaços das crianças com bastante cor e recheamos esses espaços de brinquedos e materiais lúdico e pedagógicos, esperando que nada lhe falte... fica a faltar o tempo e o espaço para aproveitar e explorar-se a si próprio com calma, aos que o rodeiam, ao brinquedos, e os objetos do quotidiano que não sendo especificamente para crianças podiam ser reinventados e trsnsformados em brinquedos de descoberta momentânea.
Precisamos de tempo, de experiência e de experimentação. Quando as crianças são sobre-estimuladas não aprendem a analisar as potencialidades do que as rodeia até ao fim, a manter-se na mesma tarefa durante altum tempo... condicionando o desenvolvimento da sua atenção e concentração.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Como é que as crianças veem a escola?

A reação das crianças ao primeiro dia de escola pode ser diversa. Desde entusiasmadas com a descoberta dos amigos, dos materiais, das aprendizagens; ao receio de não ser capaz, de ficar de castigo, de que os outros sejam maus, de que seja uma seca… A reação inicial ao espaço escolar depende da ideia que a criança tem do que é a escola, da forma como se relaciona com os outros, adultos e crianças, e dos seus receios e expetativas. Deriva das ideias criadas à sua volta, do entusiamo e dos receios transmitidos e é condicionada pelo impacto das primeiras experiências relacionadas com a escola.
O tempo de adaptação da criança à escola tende a ser antecipado e vivido pelos pais com alguma angústia, ansiedade e medo. Questionam-se sobre como é que será que a criança vai fazer esta adaptação e tentam acalmar-se ensinando às crianças aquilo que é a escola aos olhos do adulto. Mas a forma de olhar é diferente! Por vezes, nós adultos, estamos tão preocupados em ensinar a criança que nos esquecemos de começar por ver através dos olhos dela, aprendendo o que é a escola para a criança e depois, em conjunto, construir a ideia de uma escola apelativa, em que há direitos e deveres, e em que cada dia se fica mais rico.

Temos que descer ao nível dos olhos das crianças para conseguir acalmar os seus medos e alimentar o seu entusiasmo e curiosidade.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Depressão: a dor que nos deixa sós


"A mais terrível pobreza é a solidão e o sentimento de não ser amado."
Madre Teresa


Os sintomas da depressão interferem drasticamente com a qualidade de vida e estão associados a altos custos sociais, desde as relações mais próximas até à relação com a própria sociedade. Aqui centrar-nos-emos sobre a influência da depressão nas relações íntimas.
Quando os sintomas da depressão se intalam, a pessoa tende a centrar-se em crenças negativas (mesmo que inadequadas, inúteis e nada razoáveis) e a rotularem-se de forma negativa, tendo um forte sentimento de inutilidade ou de culpa; apresentam uma diminuição no interesse em realizar as atividades do dia a dia; maior cansaço, menor capacidade de tomar a iniciativa e dificuldade e manter a sua concentração. Neste sentido, a depressão tende a minar o autoconceito da própria pessoa, a forma como se relaciona com os outros e o seu dia a dia, as suas rotinas e a forma como executa (ou não) as suas tarefas profissionais, familiares, pessoais...
Os sintomas depressivos interferem negativamente com as vivências relacionais da pessoa com depressão, levando-a a entrar num ciclo em espiral de auto-desvalorização, culpabilização e isolamento. A pessoa deprimida parece ter necessidade de algum tempo para estar só, para pensar, para se organizar... mas acaba por entrar num ciclo de afastamento de quem a rodeia, afastando aqueles que a podiam ajudar...
Amar alguém com sintomas de depressão implica um desafio diário de ler nas entrelinhas do discurso de quem diz "vai-te embora", quando quer dizer "não desistas de mim!". De quem diz que já não te ama, quando quer na verdade sente que não é suficientemente boa/bom para ti e ao mesmo tempo deseja desesperadamente que continues ali, para sempre! É viver num relacionamento paradoxal em que o amor é questionado, em que o "estar" é condicionado, em que o afeto nunca parece suficiente ou correto... em que por mais que se esteja, e se tente, sentimos que não sabemos, não acertamos e não somos capazes.
Deveremos então desistir? Até quando vale a pena?
"As pessoas mais difíceis de serem amadas são as que mais precisam de amor."... e não precisamos todos?!

sexta-feira, 5 de junho de 2015

O sofrimento só é intolerável quando ninguém cuida.

O sofrimento só é intolerável quando ninguém cuida.

Cecily Saunders

Por vezes a vida prega-nos partidas pondo em causa os nossos sonhos, os nossos projectos, a nossa qualidade de vida. Se há problemas de saúde com os quais se aprende a lidar integrando-os numa rotina diária promotora da manutenção de um bem-estar geral, outros impõem-se na nossa vida de forma limitante. A dor, a incapacidade, a ausência de uma perspectiva de melhoria e a dependência leva-nos a questionar o sentido da vida e o que nos faz permanecer cá mais um pouco.
Viver uma dor destas sozinho/a é deixar-se dominar pela doença, pela dor e pela desesperança. A solidão parece dar espaço à dor e à incapacidade da doença, enquanto o amor, o cuidado e o carinho a acalmam.

Perante determinadas situações clínica, viver assume-se como uma lenta tortura que só o amor parece acalmar. O amor, o toque, o abraço, saber-se querido/a, que se preocupam é o único sentido para a vida, o único analgésico. Percebermos que conseguimos construir laços afectivos capazes de nos acolher nos momentos de dor, reconhecermos que quem nos rodeia nos quer bem, que se preocupa connosco e que não desiste de nos cuidar, apazigua a dor física e alimenta a vontade de nos transcendermos. O amor permite encarar a vida e a morte com a mesma tranquilidade, a tranquilidade de quem não está só.

sábado, 30 de maio de 2015

Qual o rumo da nossa educação?

Educamos para os valores, para o sucesso, para o fracasso ou para a competição?
Aproxima-se o final do ano lectivo e é hora de reflectir sobre quem são os alunos de hoje, de que forma entendem a escola, de que forma trabalham e procuram aprender, o que os motiva, e que atitudes nós (família, amigos, escola, sociedade) temos que contribuem para a educação das nossas crianças e dos nossos jovens.
Falemos sobre quem são as crianças de hoje e os alunos mais frequentes nas nossas escolas. P
odemos falar de alunos estáveis, instáveis, de inibidos e internalizados ou externalizados, bem como de alunos motivados, desmotivados e dependentes…
Os alunos estáveis e motivados são alunos que demonstram gosto e interesse pela aprendizagem, adaptando-se com facilidade a qualquer tipo de actividade. São perfeccionistas, bem-dispostos e com perfil de liderança. Adaptam-se com facilidade a aulas expositivas, interactivas ou mesmo em aulas em que lhe é atribuída maior liberdade e responsabilidade no processo de aprendizagem. São alunos com capacidade para se automotivarem e que apresentam bom desempenho escolar.
Os alunos motivados mas internalizados e inibidos, são alunos que gostam de passar discretos, não perturbam nem participam na aula. Lidam bem com aulas de carácter expositivo e tendem a ter resultados medianos/suficientes. São crianças ou jovens com características de timidez e depressão.
Os alunos desmotivados, internalizados e inibidos também são alunos com características de timidez e depressão, que gostam de passar discretos, não participam nem perturbam a aula, e que preferem aulas de carácter expositivo. Ao nível dos resultados escolares tendem a apresentar resultados baixos a suficientes para passar de ano.
Os alunos instáveis revelam oscilações ao nível do seu desempenho tendo em conta que nem sempre estão atentos nas aulas e a sua motivação varia em função do professor, matéria, ou mesmo devido a situações externas à escola. Estes alunos preferem aulas interactivas e reagem mal a métodos de ensino monótonos. Têm dificuldade em lidar com as regras e ao nível do comportamento tendem a ser agitados e a manifestar grande labilidade emocional.
Os alunos externalizados preferem sentar-se no fundo da sala e ter actividades mais dinâmicas ou desportivas, reagindo negativamente perante as aulas expositivas. A principal diferença entre os instáveis e os externalizados relaciona-se com a forma como lidam com os conflitos, sendo que os instáveis tendem a ficar tristes ou magoados perante uma situação de conflito, enquanto os externalizados tendem a passar ao ato.
Os alunos dependentes revelam falta de iniciativa e vontade própria necessitando de um volume de ajuda e incentivo maior que o esperado, mas reagem positivamente a esse apoio.
Os sentimentos pessoais e os comportamentos que se manifestam na escola e perante a escola são fundamentais na determinação do sucesso ou insucesso educativo. Neste sentido, é preocupante o aumento dos alunos desmotivados, que não revelam iniciativa, capacidade de automotivação e que apresentam alguma dificuldade em reagir positivamente às estratégias de ensino. São alunos que não valorizam a escola, os professores/educadores, e que apresentam alguma resistência à escola pois consideram que “não vale a pena”, “não tem importância”, “não serve para nada”. São alunos que vão passando “à rasca” ou mesmo com algumas a várias retenções e que revelam não ter objectivos nem interesses claros.
Importa perceber que nós temos vindo a desvalorizar o papel do professor e da escola deixando os jovens sem rumo. Ao lhes retirarmos a confiança no sistema de ensino, retiramos a confiança no seu futuro, na crença de que o seu trabalho dará frutos, na crença de que vale a pena o esforço, o empenho e que vale a pena tentar melhorar.

Será que ainda podemos devolver um sentido à vida destes jovens?

terça-feira, 26 de maio de 2015

Como eu era… e como eu sou…

Vivemos amarrados a um ideal de beleza que nos turva a visão e condiciona a forma de interpretar o que nos rodeia. Novos e velhos premeiam o aspecto jovem e magro… como se a beleza se resumisse a essas duas categorias.
“Quando eu era nova é que era linda”
“Quando eu era novo, ninguém me apanhava”
A nossa linguagem reflecte o nosso preconceito em que só o novo e jovem é belo, digno de registo e de admiração, enquanto envelhecer é uma ofensa.

Procuramos tinta para os cabelos brancos, cremes e tratamentos anti-rugas, aceitamos todos os tratamentos e intervenções preventivas e remediativas que nos ajudem a alcançar a juventude eterna na terra em que todos querem parecer ter menos idade do que a que efectivamente têm…. Até já existe um conceito… Ageless… a mulher sem idade…

quinta-feira, 14 de maio de 2015

O que se passa com os nossos jovens?

Vemos agressões gratuitas de um grupo contra um jovem; tomamos conhecimento que um jovem apareceu morto por espancamento, provavelmente por outros jovens; assistimos a vídeos de violência entre pares em que há quem capte as imagens mas ninguém se opõe às agressões…
O que se passa com os nossos jovens?
Não têm sentimentos? Não têm empatia pelo próximo? Não sabem a diferença entre o certo e o errado? Não percebem o que é a liberdade e quais os seus limites? Não sabem estar em sociedade? Não sabem estabelecer relações de amizade e de confiança?...
Afinal o que é que andamos a transmitir aos mais novos?
Que valores transmite esta sociedade?
Os pais não têm tempo porque andam muito atarefados a arranjar dinheiro para questões imediatas às quais não conseguem fazer face ou a amealhá-lo para garantir um futuro melhor.
Vizinhos? Família alargada? Onde anda?
A Escola, através dos professores, educadores, animadores, auxiliares… ? Tem os currículos a cumprir, metas a alcançar e claro que contempla a cidadania… mais uma cadeira teórica para tentar transmitir o que só se aprende vivendo.
Os colegas? Não há tempo para brincar, para conversar, para ser criança, adolescente ou jovem… vão guerreando pela lei do mais forte em que tudo se ensina e se aprende sem filtro.
Fico horrorizada perante o que aconteceu a estes jovens agredidos e expostos publicamente a tamanhas ofensas e humilhações. Mas fico igualmente revoltada porque aqueles a quem apontamos o dedo por serem os agressores provavelmente não tiveram ninguém suficientemente significativo que lhes desse a atenção devida na altura certa, que os valorizasse e os soubesse repreender sempre que necessário, que os educasse!

Até quando fazemos como a avestruz? Até quando nos demitimos enquanto educadores?

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Falar com um doente de Alzheimer: se não se lembra porque pergunto?

No nosso dia-a-dia as conversas fluem sem que tenhamos que nos preocupar, de forma significativa, com o que estamos a dizer, se a outra pessoa entende, se se lembra do que estamos a falar, se se lembra de nós… enfim… mas quando interagimos com alguém que sabemos ser portador de alzheimer a nossa atitude, o que dizemos e a forma como o dizemos tende a mudar.
Será isto bom?
Porque o fazemos?
A verdade é que, após o diagnóstico, parece que no discurso de cada pessoa que interage com o portador da doença de alzheimer se procura a confirmação de que o diagnóstico está correto e todos nós nos centramos no problema… lembra-se?... Não se lembra? … E a multiplicidade de interações que até então era possível estabelecer, de um momento para o outro passa a focalizar-se em exercícios de memória (para além dos que a estimulação cognitiva já pressupõe) e deixamos de “ver” a pessoa para procurar o seu “baú das memórias”.
Estamos inseguros. Temos medo do que podemos encontrar naquele momento e n
o que iremos encontrar no futuro. Não sabemos como agir. Centramo-nos no problema e não conseguimos rever aquela pessoa como ela sempre foi… agora já não é só a Maria… é a Maria que tem Alzheimer… sempre e para sempre.
Ao centrarmos o nosso discurso num interrogatório sem fim sobre se se lembra de alguém, de algo, ou de alguma situação, estamos a confrontar a pessoa constantemente com a sua dificuldade, a acentuar a sua desorientação porque acabamos por referir coisas de que efetivamente não se lembra, e a provocar constrangimento, frustração e raiva.
É importante dar um ambiente calmo, tranquilo, acolhedor, que não confronta a pessoa com a sua própria desorientação, para que possam manter alguma estabilidade emocional e aproveitar as relações afetivas significativas de forma prazerosa para todos.
Não devemos estar sempre a perguntar se se lembra de algo específico, procure antes partilhar as suas memórias com ele ou com ela. Desta forma está a estimular a memória da pessoa portadora de Alzheimer e ela irá manifestar-se caso se lembre dessa situação.
Evite discutir ou confrontar a pessoa corrigindo-a ou contradizendo-a. Aceite a narrativa da pessoa portadora de Alzheimer, as histórias, mesmo que não correspondas às suas e sempre que o tema seja sensível ou conflituoso procure mudar de tema para não se irritarem.
Evite temas que possam perturbar a pessoa portadora de Alzheimer, por exemplo, não fale de entes queridos que já faleceram ou não a confronte com a sua morte, a menos que seja questionado/a diretamente sobre se aquela pessoa já morreu.

Estabeleça uma relação positiva e mantenha um diálogo construtivo, baseado na partilha de experiência vividas.

domingo, 26 de abril de 2015

Quando as crianças estão no meio

Quando o casal anda de costas voltadas, sem querer, esquece-se que enquanto pais têm que rumar sempre pelo mesmo caminho.
Quanto mais pequena é uma criança, menor a sua capacidade de entender o que se passa entre os adultos e, quando exposta a zangas, discussões, raiva, a criança tende a interiorizar esses sentimentos negativos, aprendendo-os como modelos, e a sentir-se culpada como se ela fosse o motivo de todas as discussões ou problemas dos pais. A vivência destas discussões leva a uma maior irritabilidade, a baixa autoestima, à vivencia de um sentimento protector em relação a um dos progenitores e à revolta e ao sentimento de abandono em relação ao outro progenitor.
Por vezes os adultos estão tão centrados no seu problema que, movidos pela raiva ou desespero, confrontam as crianças com os seus problemas e levam-nas a tomar partido, como se fosse possível escolher entre a mãe e o pai.
Seja no casamento, seja no divórcio, enquanto pais há que tomar um caminho comum, traçar objectivos e andar lado a lado para que a criança cresça feliz, guiada sempre pelos mesmos princípios morais, educativos e afectivos, segura da presença e do apoio da mãe e do pai. 






sexta-feira, 24 de abril de 2015

Crianças irrequietas

Os conceitos de irrequietude ou hiperatividade são sinónimos, referem-se a movimentação, podendo ser normativo no desenvolvimento da criança ou constituir-se como um sintoma em diversos quadros clínicos.
A criança é irrequieta até aos dois ou três anos de idade. Esta irrequietude é um bom sinal porque está relacionada com as aprendizagens do seu funcionamento corporal. A aventura motora possibilita à criança explorar o que a rodeia, procurando situações que lhe interessam e lhe dão prazer ou afastando-se das que não lhe agradam. À medida que a criança vai construindo uma mente capaz, esta aventura motora, pelo desenvolvimento da capacidade simbólica, vai dar lugar à aventura mental.
A criança necessita desta experiência motora para aprender a relacionar e estabelecer ligações entre conceitos e é quando realiza esta aprendizagem que inicia uma aventura mental, ficando por isso menos irrequieta. Assim, gradualmente a criança começa a envolver-se durante mais tempo em cada tarefa ou brincadeira.
A agitação motora na criança pode ser um sintoma presente em vários quadros clínicos, pelo que é fundamental compreender a causa da sua agitação. Na criança hiperativa verifica-se um excesso de comportamentos, em relação às outras crianças, além de dificuldade em manter a atenção e uma marcada impulsividade e agitação. A criança hiperativa é um desafio para seus pais, familiares e professores.

domingo, 19 de abril de 2015

Amar alguém portador da doença de Alzheimer

Conhecemos alguém e descobrimos um amigo, um companheiro, o amor, um amante… Aprendemos a caminhar juntos, de mão dada, numa cumplicidade impar, apoiando-nos mutuamente e basta um olhar, um abraço, para que tudo fique mais fácil. A vida a dois ganha novos elementos e o conceito de família ganha novo sentido. Essa caminhada vai tendo altos e baixos, nem tudo é cor-de-rosa, mas juntos continuamos mais fortes, reconhecemo-nos e damos sentido um ao outro. E ali continuamos… de mãos dadas, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.
Aos poucos e poucos pareces deixar de reconhecer o que te rodeia, de me reconhecer a mim, de te reconhecer a ti… onde está a pessoa por quem me apaixonei? Onde estão as memórias, sorrisos e lágrimas partilhadas? Onde estás tu meu amor?
Dou-te a mão e tu retribuis… sabes que sou eu? Lembras-te de mim?
Aproximo-me para te abraçar e olhas como se estivesses a ver um estranho… onde estás tu?
Como sei que estás aí? Posso continuar a amar-te? Posso guardar-te na minha memória? Posso abraçar-te? Tocar-te? Beijar-te?

Continuamos juntos meu amor?

quinta-feira, 16 de abril de 2015

o divorcio e os filhos

O divórcio transforma completamente a vida de cada conjugue e dos seus filhos. Ao sofrimento decorrente da separação conjugal, junta-se a angústia de ter que comunicar a decisão às crianças.
Por mais que se tente proteger as crianças e se tente procurar a melhor forma de lhes comunicar que os pais se vão separar, é importante assumir que este é um passo difícil tanto para os pais como para os filhos.
Com o divórcio as crianças perdem a intimidade quotidiana com um dos seus pais, o conceito de família é alterado e vivenciam um grande sentimento de perda e de abandono.
Os pais devem preparar-se para contarem juntos que se vão separar. A explicação não vai funcionar no imediato, mas pela vida fora, permitindo que, quando a criança olhar para trás, reconheça a verdade. Deve ficar claro que a decisão de se divorciarem está tomada e é definitiva, que as crianças não têm culpa nenhuma do que está a acontecer, que existem algumas decisões de ordem prática que terão que ser tomadas, que os pais serão capazes de as resolver todas e que, independentemente de estarem juntos ou separados, os pais irão continuar sempre a acompanhá-los.
Não há uma forma de lidar com a situação que a torne indolor, mas há atitudes que ajudam a minimizar o seu impacto e é essencial que os pais se organizem em nome do bem-estar dos filhos.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

O poder do sorriso

O sorriso verdadeiro ilumina-nos por dentro e por fora, revelando delicadamente a alma de quem sorri. Sorrir é comunicar que estamos disponíveis a ligar-nos aos outros, a conversar, a escutar, a ficarmos felizes e a fazê-los felizes! É um convite a entrar na vida de alguém e a participar do que lhe vai no íntimo.
O sorriso e o riso desencadeiam uma cadeia de reações fisiológicas positivas e potenciam a libertação de neurotransmissores, as endorfinas, que reduzem a sensibilidade à dor e promovem sensações prazerosas e de bem-estar, dando sentido ao ditado popular que “rir é o melhor remédio”.
Saber sorrir é muito importante porque o poder do sorriso é enorme! Um sorriso sincero e transparente potencia a amizade, mas afasta se for hipócrita; pode dissipar uma angústia se for simpático, ou aumentá-la se for sarcástico; pode estimular o trabalho se for de aprovação, ou desmotivar se for cínico. Cada sorriso é único e partilha ao mundo um significado particular! Transmite uma emoção positiva que nos contagia interiormente e que contagia quem nos rodeia. E tal como afirmou Saint-Exupéry “no momento em que sorrimos para alguém, descobrimo-lo como pessoa, e a resposta do seu sorriso quer dizer que nós também somos pessoa para ele”.
Mas como anda depreciado o sorriso! Sorrir é estabelecer ligações, é partilhar significações e não um mero movimento muscular ou encenação. Devemos sorrir mais, com e para o outro e sorrir com vontade!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Bem envelhecer

O conceito de envelhecimento é usualmente associado a perdas (do trabalho, da autonomia, da independência financeira, de alguns círculos relacionais, do conjugue e de outros pares…). No entanto, envelhecer na nossa sociedade é igualmente um tempo de mudança e de possibilidades.Os recursos existentes, tal como a saúde e a educação, têm vindo a possibilitar uma melhoria da qualidade de vida e isso contribui para que se encare a velhice com optimismo. A visão negativa e deficitária do idoso tende a cair em desuso e a ser substituída por uma visão mais positiva, realista, que reconhece a velhice uma nova fase da vida em que o sujeto vivencia uma série de readaptações. O idoso de hoje é aquele que procura realizar actividades que contribuem para o seu bem-estar, estando mais disponível para cuidar de si próprio e daqueles que lhes são mais próximos. Perspectiva-se a velhice como uma nova fase da vida, com desafios prazerosos para o próprio, em que se realizam antigos desejos, demonstram-se habilidades antigas, abraçam-se novos projectos, e reorganizam-se os hábitos e rotinas, as redes relacionais e as actividades e funções tendo como critério principal a promoção do seu bem-estar.
Os idosos são um recurso inestimável da sociedade, são membros activos, participativos e válidos que a própria sociedade está a aprender a acolher.
Promover o bem-estar de toda uma comunidade/sociedade é promover o envelhecimento ativo!

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Chorar também é importante

Crescemos a ouvir “os homens não choram”, mas será que esta é a mensagem que devemos transmitir? Será que o choro é algo inútil que devemos evitar a todo o custo?
No início da vida, o choro é um importante meio de comunicação de que os bebés dispõem. Ao longo do seu desenvolvimento o choro torna-se mais intencional e mais relacionado com eventos ambientais. O choro da criança pequena é às vezes um choro contra a tristeza, um choro sentido, mas é, sobretudo, uma forma de protesto, de se afirmarem, de mostrarem a sua vontade e a sua presença.
No adulto o choro surge como uma forma de limpar a alma das suas mágoas e tristezas. Todavia, crescemos a ouvir que os fortes não choram, aprendemos a esconder a tristeza e a evitar o choro, a viver num mundo faz-de-conta e por vezes as pessoas estão tristes e não choram porque nem sequer se apercebem do seu estado de tristeza, permanecendo presos a esse sentimento, sem se conseguirem libertar e seguir em frente.
A tristeza existe em toda a gente, é uma das variantes do nosso estado de espírito e é fundamental que exista. É importante perceber que o pior que se pode fazer a uma pessoa que está triste é convencê-la a não chorar, porque esse é o melhor remédio para a tristeza. O melhor será estar com ela permitindo-lhe chorar acompanhada.

domingo, 12 de abril de 2015

Ansiedade perante a avaliação

A época dos testes e dos exames finais aproxima-se. Esta é uma fase em que o medo, a ansiedade e as dúvidas tendem a aumentar e é fundamental que os estudantes saibam gerir as suas emoções de forma eficaz.
Ansiedade, stress, medo… são emoções que estão presentes nas nossas vidas e que na quantidade certa, nos ajudam a agir correctamente, no entanto, quando são demasiado intensas podem bloquear as respostas adequadas ou levar a reacções desajustadas.
Para combater os níveis muito elevados de ansiedade os alunos devem, de forma contínua, ter hábitos de vida saudáveis (alimentação, descanso), métodos de estudo eficazes, fazer uma gestão eficiente do seu tempo, serem capazes de se automotivarem mesmo perante as matérias que são menos do seu agrado, conhecerem-se compreendendo os momentos em que o seu estudo é mais eficaz e devem conhecer técnicas de relaxamento. Para além disto, é importante perceber que geralmente os alunos com níveis mais elevados de ansiedade evidenciam níveis superiores de preocupação, mais dificuldade em gerirem as suas emoções e são menos confiantes em relação às suas capacidades e às suas competências para obterem bons resultados. Assim, alunos menos ansiosos tendem a ter padrões de pensamento mais negativistas onde predominam auto-avaliações negativas que interferem quer durante a aprendizagem e preparação para os testes ou exames, quer durante a sua realização. Este padrão de pensamentos negativos que foi sendo aprendido ao longo da vida do estudante funciona como amarras que o impedem de demonstrar as suas capacidades, bloqueando-o e distraindo-o, levando a um rendimento abaixo do que seria esperado.
Muitas vezes as vivencias mais intensas de ansiedade perante a avaliação resultam de má preparação, metas muito exigentes, dificuldades em definir prioridades, baixa auto-estima e um pensamento negativo.
A ansiedade perante os momentos de avaliação tem um papel adaptativo e o objectivo é gerir essa ansiedade para que seja mobilizadora de recursos, potenciando as capacidades do aluno e um bom desempenho. Paral tal, para além dos hábitos e das estratégias do próprio estudante, é também importante que os que o rodeiam, quer no contexto escolar e académico, quer no meio familiar e no grupo de pares, seja de suporte, apoio e incentivo.

terça-feira, 7 de abril de 2015

A relação e o cuidar entre pais e filhos

Tendemos a interagir de forma bastante diferenciada com adultos idosos e com criança. Quando passamos por uma criança é natural que se devolva um sorriso, um adeus, uma brincadeira à criança mesmo sem a conhecer de parte alguma. O mesmo já não acontece em relação a um adulto ou a um idoso, pois consideramos estranho interagir com um adulto ou idoso sem um motivo claro.
Existe uma predisposição muito maior do adulto para cuidar, proteger, mostrar afeto e assistir uma criança do que um adulto, o que nos leva a novos desafios tendo em conta as mudanças demográficas e as novas famílias. É importante reflectir sobre o papel do idoso na sociedade atual e, principalmente, nas famílias atuais. De que forma estão as famílias organizadas para que os adultos possam ajudar e amparar os seus pais idosos?
A literatura existente sobre o abando e a negligência infantil é vasta e em Portugal existem serviços específicos de protecção à infância e à juventude, no entanto, o fenómeno do abandono e da negligência em relação ao idoso é um fenómeno crescente que carece de maior atenção. O abandono afectivo inverso é um fenómeno sub-estudado, sub-documentado e que parece ignorado ou escondido pela sociedade.
O direito à família é um direito de todos, independentemente da idade. Os idosos merecem o cuidado e o afeto, sendo que os filhos (adultos) têm o dever de ajudar, amparar, cuidar, proteger e acarinhar os pais durante a sua velhice.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

IRS Solidário

Fala-se muito de solidariedade. 
Desde os concertos e jantares solidários, às corridas, caminhadas ou outros eventos solidários, aos cabazes, às rifas, à angariação de donativos em bens ou em géneros, mediante voluntariado, muitas são as formas de tentar contribuir para o bem do próximo.
Todos nós nos gostamos de associar a causas solidárias e elas podem ter um cariz muito diverso. A informação existente sobre os diversos movimentos solidários e as formas de para eles contribuir é imensa mas nem sempre temos a disponibilidade ou possibilidade de nos associarmos às causas que gostaríamos.
Através da consignação do IRS temos mais uma possibilidade, simples e acessível a todos os contribuintes, de mostrar o nosso espírito solidário apoiando uma das entidades reconhecidas pelo Fisco como beneficiárias. Trata-se de um pequeno gesto, sem custos, que pode fazer a diferença a quem se dedica a ajudar quem mais precisa.

Como funciona?
Os contribuintes têm a possibilidade de doar 0.5% do seu IRS a uma Instituição de Solidariedade Social, a uma Pessoa Colectiva de Utilidade Pública ou a uma Instituição Religiosa. O donativo de 0,5% é retirado do imposto a entregar ao estado, pelo que não implica pagar mais imposto nem afeta o valor a receber em caso de reembolso.
Para doar, basta preencher o quadro 9 do anexo H do formulário, indicando que pretende consignar o seu IRS e o número fiscal da instituição escolhida para receber o dinheiro.

Como saber quais as instituições que podem beneficiar da consignação de 0.5% do IRS?
Na altura do preenchimento da declaração do IRS muitas são as instituições que divulgam através dos meios que lhes estão disponíveis que podem beneficiar da consignação do IRS, no entanto, a lista de organizações elegíveis pode ser consultada na página do Portal das Finanças.



sábado, 4 de abril de 2015

Ansiedade em momentos de avaliação

Pensar nos testes, exames ou na apresentação oral de trabalhos por vezes leva à sensação de suores, dor de barriga palpitações... uma série de sensações fisiológicas que estão relacionadas com ansiedade.
A ansiedade é uma reacção natural perante determinadas exigências, tarefas ou situações que nos parecem fugir do controlo. No entanto, a exposição prolongada a níveis elevados de ansiedade pode ter efeitos negativos aos níveis cognitivo, fisiológico, comportamental e do humor, provocando sintomas como défice de memória e atenção, dificuldades na gestão de tempo e de tarefas, baixos níveis motivacionais, baixa auto-estima, sentimentos de raiva, frustração e culpa, ou até o abuso de substâncias, insónias, dificuldade em respirar e arritmias cardíacas. Ou seja, a vivência de níveis demasiado elevados de ansiedade podem condicionar o nosso desempenho numa situação específica, como o desempenho escolar/académico, podendo ainda repercutir-se nas diferentes esferas da nossa vida.

Este vídeo resulta de uma tradução e adaptação do seu original, tendo como objetivo apresentar um workshop destinado a estudantes do ensino secundário e superior promovido pelo Educaplenitus.