sexta-feira, 5 de junho de 2015

O sofrimento só é intolerável quando ninguém cuida.

O sofrimento só é intolerável quando ninguém cuida.

Cecily Saunders

Por vezes a vida prega-nos partidas pondo em causa os nossos sonhos, os nossos projectos, a nossa qualidade de vida. Se há problemas de saúde com os quais se aprende a lidar integrando-os numa rotina diária promotora da manutenção de um bem-estar geral, outros impõem-se na nossa vida de forma limitante. A dor, a incapacidade, a ausência de uma perspectiva de melhoria e a dependência leva-nos a questionar o sentido da vida e o que nos faz permanecer cá mais um pouco.
Viver uma dor destas sozinho/a é deixar-se dominar pela doença, pela dor e pela desesperança. A solidão parece dar espaço à dor e à incapacidade da doença, enquanto o amor, o cuidado e o carinho a acalmam.

Perante determinadas situações clínica, viver assume-se como uma lenta tortura que só o amor parece acalmar. O amor, o toque, o abraço, saber-se querido/a, que se preocupam é o único sentido para a vida, o único analgésico. Percebermos que conseguimos construir laços afectivos capazes de nos acolher nos momentos de dor, reconhecermos que quem nos rodeia nos quer bem, que se preocupa connosco e que não desiste de nos cuidar, apazigua a dor física e alimenta a vontade de nos transcendermos. O amor permite encarar a vida e a morte com a mesma tranquilidade, a tranquilidade de quem não está só.

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