quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A dor de se sentir só...


Na sociedade atual, a dinâmica e estrutura familiar, laboral e o contexto citadino favorecem o desenvolvimento de um menor número de relações e contactos superficiais. É cada vez maior o número de pessoas que vivem sozinhas, sem família ou sem companheiro/a e frequentemente surge no seu discurso o sentimento de solidão, vazio e isolamento.

A solidão não é um sinónimo de estar desacompanhado e pode ser sentida mesmo na presença de outros. Reflete a discrepância sentida entre a rede de relações sociais desejada e realizada, e ocorre quando essa rede de relações é deficiente em algum aspeto importante, quer quantitativa quer qualitativamente.

Certamente que todos nós, em algum momento das nossas vidas, sentimos o vazio da solidão. No entanto, quando esse sentimento acompanha grande parte da nossa vida é como se a solidão procurasse mais solidão, como se estivesse preso/a em determinados arquivos emocionais e não soubesse estabelecer vínculos com os outros. A dor de cada um é muito grande. A inadequação, a baixa autoestima, o desespero são nuvens negras que impedem de seguir em frente, de querer mais, de desejar, de sonhar, de viver! Os seres humanos não nasceram para viverem sós.

Publicado na Revista C,
3 de Novembro de 2011

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