Tendemos a interagir de forma bastante diferenciada com
adultos idosos e com criança. Quando passamos por uma criança é natural que se
devolva um sorriso, um adeus, uma brincadeira à criança mesmo sem a conhecer de
parte alguma. O mesmo já não acontece em relação a um adulto ou a um idoso,
pois consideramos estranho interagir com um adulto ou idoso sem um motivo
claro.
Existe uma predisposição muito maior do adulto para cuidar,
proteger, mostrar afeto e assistir uma criança do que um adulto, o que nos leva
a novos desafios tendo em conta as mudanças demográficas e as novas famílias. É
importante reflectir sobre o papel do idoso na sociedade atual e, principalmente,
nas famílias atuais. De que forma estão as famílias organizadas para que os
adultos possam ajudar e amparar os seus pais idosos?
A literatura existente sobre o abando e a negligência
infantil é vasta e em Portugal existem serviços específicos de protecção à
infância e à juventude, no entanto, o fenómeno do abandono e da negligência em
relação ao idoso é um fenómeno crescente que carece de maior atenção. O
abandono afectivo inverso é um fenómeno sub-estudado, sub-documentado e que
parece ignorado ou escondido pela sociedade.
O direito à família é um direito de todos, independentemente
da idade. Os idosos merecem o cuidado e o afeto, sendo que os filhos (adultos)
têm o dever de ajudar, amparar, cuidar, proteger e acarinhar os pais durante a
sua velhice.
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