domingo, 19 de abril de 2015

Amar alguém portador da doença de Alzheimer

Conhecemos alguém e descobrimos um amigo, um companheiro, o amor, um amante… Aprendemos a caminhar juntos, de mão dada, numa cumplicidade impar, apoiando-nos mutuamente e basta um olhar, um abraço, para que tudo fique mais fácil. A vida a dois ganha novos elementos e o conceito de família ganha novo sentido. Essa caminhada vai tendo altos e baixos, nem tudo é cor-de-rosa, mas juntos continuamos mais fortes, reconhecemo-nos e damos sentido um ao outro. E ali continuamos… de mãos dadas, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.
Aos poucos e poucos pareces deixar de reconhecer o que te rodeia, de me reconhecer a mim, de te reconhecer a ti… onde está a pessoa por quem me apaixonei? Onde estão as memórias, sorrisos e lágrimas partilhadas? Onde estás tu meu amor?
Dou-te a mão e tu retribuis… sabes que sou eu? Lembras-te de mim?
Aproximo-me para te abraçar e olhas como se estivesses a ver um estranho… onde estás tu?
Como sei que estás aí? Posso continuar a amar-te? Posso guardar-te na minha memória? Posso abraçar-te? Tocar-te? Beijar-te?

Continuamos juntos meu amor?

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